"corpo que não vibra, é esqueleto que se arrasta"

CURIOSIDADE

14-12-2010 21:37

Curiosidade



Os famosos lutadores chineses do grupo Shi Hi eram submetidos a duras provas para poderem tomar parte nos combates em honra do Imperador e foram eles, em parte, os introdutores deste desporto na Índia e no Egito. Nessa altura, o jiu-jitsu era extraordinàriamente perigoso. Setenta por cento dos lutadores encontravam a morte nas pugnas, dando lugar, por vezes, a que a multidão, enfurecida, desprezasse o vencedor, de tal forma que os lutadores preferiam morrer na luta, pois sabiam assim que o seu nome ficaria para sempre lembrado.

A imperatriz Tashmisha, do Japão, foi a primeira mulher que se dedicou a este desporto e, como mulher que era, vendo o perigo que o jiu-jitsu ia tomando, quis torná-lo menos perigoso e mais espetacular. Por isso convocou uma assembléia de técnicos, para reformar as primitivas regras de se verificar qualquer combate, os lutadores faziam o seguinte juramento, que era lido por um sacerdote:

Juro amar e respeitar quem me vença ou derrote. Juro que a amizade pelo meu adversário é e será eterna e inquebrantável. Juro que a estima pelo meu rival será a maior garantia para o cumprimento exato dos meus deveres e direitos como lutador!

O sacerdote não terminava aqui a sua missão. Perscrutava atentamente os olhos dos lutadores, tentando descobrir neles qualquer coisa que denotasse que um ou outro contendor ia para a luta não com o espírito de realizar um combate onde predominassem a força e a agilidade, mas sim uma luta cheia de ódio e rancor. Neste caso, o sacerdote estava autorizado a suspender a luta logo que qualquer dos adversários demonstrasse o mais leve sinal de sair da regra estabelecida. Nenhum lutador tenta infringir as normas firmadas pelos regulamentos porque todos sabem, de antemão, que o árbitro ou os juizes são zelosos no cumprimento integral dos juramentos e vigiam atentamente os lutadores durante algumas semanas antes e depois do encontro! E ai daquele que exteriorize sentimentos diferentes daquele que jurou! Os árbitros são inflexíveis no castigo. Para dar uma idéia própria dessa inflexibilidade, vamos relatar um fato verídico muito conhecido no Japão e que apaixonou por mais de cinco anos a opinião pública japonesa: a desclassificação do campeão do mundo, desde 1898 a 1911, um lutador japonês invencível, Kataysem.
Era este, no jiu-jitsu, um homem que nunca tinha conhecido o sabor da derrota, pois tinha muita força e extraordinária habilidade aliada a um vasto conhecimento anatômico do corpo humano. Um dia, sem se saberem bem as causas, os juizes desclassificaram-no do título de campeão que muito orgulhosamente havia conquistado e que ostentara durante treze anos. Da atitude dos juízes nada brotou para o exterior.

(Curiosidades – Valmiro Rodrigues Vidal – Editora Conquista – RJ – 1964)

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