"corpo que não vibra, é esqueleto que se arrasta"

ACABAMOS COM O TABU DOS GRACIES

14-12-2010 21:45

Oswaldo Fadda, que está no jiu-jitsu há mais de 20 anos, é,talvez, o único Professor França Filho que jamais recebeu ensinamentos dos Gracies ou de qualquer aluno destes.Aprendeu na
marinha, com o professor França Filho, que tinha sido pupilo do famoso Conde Koma (Mestre dos Gracie).

Começando em 1937, 5 anos depois, Fadda conseguiu sua faixa preta, passando, desde então, a lecionar a um grupo de amigos no subúrbio de Bento Ribeiro, onde acabou fundando sua propria academia, (agora matriz) que até hoje continua em franca atividade. Fadda retoma o fio da miada para justificar as suas primeiras declarações à R.E: - Quero deixar claro que estas minhas palavras não tem o propósito de diminuir em nada aqueles senhores. Absolutamente. Refiro-me apenas ao mito que existia, segundo o qual, os Gracie ou os seus
alunos eram invencíveis. - A conversa é interrompida pelo professor "Chandu", que passa as mãos de nosso entrevistado um livro de registros. Chandu foi o primeiro aluno de Fadda. Fazia parte do grupo de seus amigos que recebeu a primeira aula,em 1942. Atualmente é responsável pela matriz da rua São João Vicente, 1191, enquanto a filial (localizada na Cascadura) é dirigida por Humberto Fadda, irmão de Oswaldo. Depois de ligeira consulta
ao livro continua a narrativa :

- Em 1954 levei uma equipe para competir dentro da academia Gracie. Era a primeira vez que uma escola mostrava a "ousadia" de ir até lá com tal finalidade. Estava, portanto,quebrado o velho Tabu. O Comportamento de nossos alunos obrigou Hélio Gracie a um elogio público. Dizendo-se surpreendido com o nível técnico da academia Fadda, Hélio deu os parabéns ao subúrbio carioca. Estava provado que o Jiu-Jitsu não é exclusividade de ninguém. Nosso aluno José Guimarães havia deixado desacordado um rapaz de nome Leonidas, dos Gracie. "É preciso existir um Fadda para mostrar que o Jiu-Jitsu não é privilégio dos Gracie", disse ele.

- Mais de 2000 alunos já passaram pela academia Fadda. A condição primordial para obter-se matrícula na escola é nunca ter estudado Jiu-Jitsu. Explica Fadda esse detalhe: - Tenho um método próprio e por isso prefiro ensinar aqueles que são completamente leigos no assunto. Para mim, muita coisa que se vê por aí não passa de defeito, de vício, o que muito dificulta o nosso trabalho. Entendo que é muito mais fácil ensinar a quem nada sabe do que ter que tirar primeiro vícios e defeitos para depois aplicar o método e regras da academia Fadda.Sempre agimos assim e não temos do que nos arrepender. Hoje temos ex-alunos em muitas academias da cidade. Ao invés de recebermos atletas das outras escolas, fornecemos.

- Oswaldo Fadda dispensa atualmente especial carinho aos alunos fisicamente defeituosos ou mutilados. O seu trabalho de recuperação é um fato comprovado e pode ser atestado sem citar outros nomes, com as "performances" de "Torpedo" (Não possui as duas pernas) e "Aranha" (membros inferiores completamente atrofiados), ambos já conhecidos do público. Nesse setor o jiu-jitsu de Fadda tem feito verdadeiros milagres. - Para a paralisia, o remédio é Jiu-Jitsu. Posso provar isso por A mais B. Ivan Ferraz, jovem e bastante desanimado, chegou lá na Academia sem poder sustentar na mão um peso de 100 gramas. Hoje luta de igual
para igual com qualquer adversário de sua categoria. Nosso entrevistado, que é, também,instrutor na Vila Militar, lecionando jiu-jitsu aos oficiais, sargentos e cabos
do G.U.E.S., ao ser perguntado sobre a diferença de Judô e Jiu-Jitsu, responde : "Vivo do Jiu-Jitsu, o qual, para mim, é uma religião, mas admiro o Judô. Só não admiro seus maus
praticantes, como os maus praticantes de qualquer outro esporte, porque todo esporte é bom, útil e bonito quando praticado por atletas verdadeiros. Quanto a Judô e Jiu-Jitsu, só vejo diferença nas regras."

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